CREF 7 MANIPULA ESTUDANTES E IMPEDE REALIZAÇÃO DA III Conferência Distrital de Esporte.

Ontem (1° de maio) foi "Realizada" a III Conferência Distrital de Esporte ou melhor tentou-se realizar a Conferência.
No Centro de Convenções de Brasília foi organizada no dia do trabalhador a III Conferencia Distrital de Esporte com o intuito de traçar linhas estratégicas para o Plano Decenal de Esporte a ser implementado enquanto política de estado.
O evento foi iniciado por volta da 9h da manhã com abertura, aprovação do regimento e aula magna sobre a conferência Nacional de Esporte. Em seguida foram formados grupos divididos de em linhas estratégicas:
I – Grupo 1: Linha Estratégica 1 – “Sistema Nacional de Esporte e Lazer” e
Linha Estratégica 5 – “Ciência, Tecnologia e Inovação”;
II – Grupo 2: Linha Estratégica 2 – “Formação e valorização profissional” e
Linha Estratégica 9 – “Infra-estrutura esportiva”;
III – Grupo 3: Linha Estratégica 3 – “Esporte, lazer e educação” e Linha
Estratégica 4 – “Esporte, saúde e qualidade de vida”;
IV – Grupo 4: Linha Estratégica 6 – “Esporte de Alto Rendimento” e Linha
Estratégica 7 – “Futebol”;
V – Grupo 5: Linha Estratégica 8 – “Financiamento do Esporte” e Linha
Estratégica 10 – “Esporte e Economia”.
A intenção dos grupos era de que em cada linha fosse discutido a partir das propostas apresentadas nas etapas regionais e livres, aquelas que seriam encaminhadas para plenária e se aprovadas encaminhadas para a etapa nacional.
Dado o escasso tempo reservado para os grupos várias linhas não conseguiram ser vencidas, e nos grupos as forças políticas foram tomando forma e mostrando sua força.
Várias entidades de todos os campos ligados ao lazer se fizeram representar mostrando um grande interesse, apesar da pouca mobilização formal, em apontar os caminhos para os próximos 10 anos da política esportiva.
As diferenças claras engrandecem o debate.
O grupo representado pelo CREF 07 - Conselho Regional de Educação Física 7ª Região Distrito Federal mobilizou estudantes da Universidade Católica para participarem da conferência.
Infelizmente desde o início da conferência ficou claro que os estudantes da UCB que foram mobilizados para participar pelo CREF7 e por professores da entidade, se portaram de forma avessa ao debate reproduzindo os comandos dos representantes do CREF7.
Apesar das várias manifestações ofensivas e desrespeitos as entidades e trabalhadores presentes, estes optaram por não entrar em conflito e qualificar o debate por meio de inscrições legitimas e falas fundamentadas sobre a realidade do esporte no DF e das necessidades identificadas para os próximos 10 anos enquanto ações políticas.
A cada fala (ainda nos grupos) daqueles que não estavam com o grupo do CREF7, independente do que era apresentado, várias hostilizações e desrespeitos ocorriam.

Sem muito avanço os grupos foram encerrados e após o almoço foi iniciada a plenária.
Seguindo o regimento foram identificados/credenciados os presentes que tinha direito a voto. Votariam aqueles que compareceram em ao menos uma conferência livre ou regional. Após o credenciamento deu-se início a votação das propostas.
De início ficou claro que o grupo ligado ao CREF apesar do grande número de pessoas presentes, não conseguiram grande número de delegados, pois a maioria dos presentes não havia participado das etapas anteriores e segundo o regimento não poderiam votar, mas poderiam acompanhar o processo com direito a fala.
Na primeira votação polêmica o grupo ligado ao CREF foi derrotado por 54 a 31 votos, após contagem conturbada onde a mesa demonstrou que não tinha controle e posição firme para conduzir a plenária não manteve sua avaliação inicial e procedeu várias recontagens sobre argumentos mentirosas de representantes do Cref.
Vencida a primeira votação polêmica, as votações que se seguiram encaminhavam para a vitória do campo popular que vinha defendendo a valorização dos Agentes sociais, democratização do acesso e a não sectarização, e sujeição dos vários setores que atuam no campo do esporte e lazer ao Conselho de Ed. Física.
Entidimento: Contrário à Tese da Regulamentação da Profissão, entendendo-a como uma tese fragmentária e corporativista.
Defesa dos direitos e conquistas da classe trabalhadora. Luta pela Regulamentação do Trabalho de forma a garantir a todos os trabalhadores (empregados ou não) direitos básicos como: Estabilidade, Férias, Salário e Aposentadoria dignos. (texto modificado extraído do site do MNCR.
Quando da votação da Proposta que defendia o reconhecimento do Professor de Educação Física como um representante fundamental para compor o quadro de profissionais a atuarem no programa Saúde da Família. A mesa tentou criar um consenso para que fosse mantido no texto as palavras PROFESSORES/PROFISSIONAIS.
Como não houve consenso foi proposto a votação. Neste momento com a derrota eminente, (Seria mantida a palavra PROFESSOR e não Profissional que é bandeira sectária do Cref que tenta obrigar filiação mesmo se reconhecimento), os representantes do CREF mobilizaram e manobraram o estudantes da UCB presentes, tomando a mesa impedindo a votação e continuação da plenária. Vários xingamentos e ameaças de agressões por parte dos estudantes da UCB e representantes do CREF foram realizadas não sendo respondidas pelos trabalhadores e entidades presentes.
Apesar da tentativa de criar um embate os delegados que detinha a maioria dos votos não aceitaram a provocação e exigiram da comissão organizadora a manutenção da plenária e respeito ao debate e votação democrática.
Os representantes do CREF e estudantes da UCB não aceitaram retomar a plenária e aos gritos exigiam que aqueles que não tinham direito a voto pudessem votar, mesmo não tendo participado de nenhuma etapa anterior ferindo o regimento.
Sem acordo a comissão organizadora, após reunião conturbada, optou por finalizar a plenária, alegando falta de condições e tempo, encaminhando apenas a eleição de delegados construído a partir de um pseudo consenso possível da distribuição das 15 vagas entre as entidades representativas e que participaram efetivamente de todo o processo.
Até o fim provocações, gritos, ameaças e truculência se mantiveram para assegurar a não realização plena da Conferência.
O CREF7 e estudantes da UCB manobrados conseguiram impedir a realização da conferência demonstrando total desrespeito as instâncias democráticas construídas reiterando mais uma vez o interesse em tomar pela força impondo os interesses coorporativos a serem defendidos como política de estado.

Os movimentos sociais, entidades sindicais, científicas, universidades públicas, trabalhadores, federações, entidades estudantis e cidadãos presentes saíram do evento com a certeza da vitória moral construída a partir da mobilização e participação nos debates preparatórios.
Com o sentimento de DERROTA, INCONFORMIDADE, TRISTEZA, PERPLEXIDADE de ver que a comissão organizadora e os representantes Ministério do Esporte não empenharam esforço necessário para garantir o debate democrático e encaminhamento das proposições construídas pela comunidades do DF.

Fica a indignação de todos aqueles que defendem universalização do direito ao Esporte e Lazer, que tentam a anos construir um política que privilegia a população e não grupos coorporativos e interesses mercantis.

Apelo a tod@s que se mobilizem para barrar a truculência dos detendores do capital que manipulam estudantes, usam de sua máquina para comprar espaço e tentam construir o Esporte e o Lazer brasileiro apenas para minoria que pode pagar.

Lazer direito constitucional e não comercial!


Júlio César - Professor de Educação Física Licenciado pela Universidade de Brasília atualmente atuando como professor em Samambaia/DF pela Secretaria de Estado e Educação, Consultor em Projetos Sociais, Membro do Coletivo de Professores que atua na formação de agentes sociais de esporte e lazer no DF e Entorno.